Cebulski, etc. Refira-se tambm, no arranque do sc. XXI, a estreia em de uma coleco de autores portugueses antigos e modernos, na rea do fantstico, qual j tive oportunidade de aludir no incio desta crnica: a coleco Bibliotheca Phantastica, publicada pela editora Hugin e interrompida por falncia da editora em Deste ltimo, o romance A Es-. Lisboa: Sada de Emergncia; p. No sou profeta nem bruxo e por isso me abstenho de formular sequer o meu voto de que esse transgressivo gnero literrio floresa e se ramifique abundantemente em Portugal.
Bom, reconheo que sou suficientemente visionrio para me atrever a referir a hiptese de tal voto, mas tambm sou suficientemente realista para saber que as condies autorais e editoriais, salvo escassas excepes, no autorizam um optimismo por a alm. Em todo o caso, os nmeros falam por si e h uma constatao factual que no podemos ignorar: num artigo intitulado Monstros, as vedetas do nosso tempo, publicado em princpios de Abril de no Dirio de Notcias, podemos ler: A revista Bang!
No creio que a diferena esteja apenas nuns tantos euros que o livro custa, ou sequer na incomodidade da deslocao livraria.
Haver decerto outros factores, incluso socioculturais, que importaria investigar. E outras estrias fantsticas com brinquedos Escritorio, Acrescente-se a este rol a antologia Por Universos Nunca Dantes Navegados edio de Lus Filipe Silva, , que deixei para o fim por ser luso-brasileira e no exclusivamente nacional, tal como deixo para o fim uma outra antologia que, sendo maioritariamente mainstream, inclui todavia dois contos fantsticos: Play it, Sam!
Escritorio, Voltando atrs no tempo, h que ir em busca das razes desse cinema e dos clssicos que abriram passagem para essa mitologia e folclore japoneses. Dois filmes foram essenciais para definir o horror japons que atravessou fronteiras, ambos com estreia no ano de No s partilham o ano de estreia, mas baseiam-se em contos e parbolas que existiam no Japo desde tempos imemoriais.
Tanto podem ser histrias de fantasmas que se arrastam neste plano existencial apenas para exercer vingana ou demnios que existem para atormentar humanos, mas na essncia so histrias cujos elementos sobrenaturais expem a vulnerabilidade humana e a constante vivncia a um passo da morte.
A divulgao destas lendas e mitos no Ocidente comeou muito antes do cinema norte-americano, e deve-se em parte ao escritor do sc. XIX de origem irlandesa e grega que tambm deixou a sua marca na literatura norte-americana Lafcadio Hearn, um autor que nos lti-. Os encontros de humanos com fantasmas produzem um suspense lento e um ambiente de tenso sem violncia. O propsito no assustar o espectador com a existncia de fantasmas, mas mostrar a interferncia, por vezes cruel, por vezes trgica, do mundo sobrenatural na vida dos humanos.
Afinal os fantasmas eram homens ou mulheres, mas roubados pela morte e presos a emoes to fortes que despertam foras para alm da compreenso dos mortais. Nas histrias de Kwaidan encontramos a perda e loucura causada pela vingana de um fantasma, mas tambm encontramos pessoas assombradas por vises de espritos, e nessa veia a histria mais notvel do quarteto ser a do msico cego Hoishi.
O seu talento para cantar a balada de uma antiga guerra japonesa desperta os fantasmas dos heris e soldados que ele prprio evoca nas suas canes. Todas as noites, o msico cego conduzido por um misterioso samurai para um cemitrio onde a sua cegueira o impede de ver a corte de fantasmas cativada pelo poder da sua msica e canto, numa cena de enorme beleza visual. Quando monges descobrem que a alma de Hoishi se encontra em perigo, tentam salv-lo cobrindo o seu corpo de escrituras sagradas budistas, mas os monges cometem um erro crasso, esquecendose de cobrir as orelhas de Hoishi Do visual marcadamente expressionista de Kwaidan, saltamos para um retrato do Japo medieval cruel, a preto e branco.
Baseado numa parbola budista onde uma rapariga salva pela fora da sua f de uma mulher que finge ser um demnio, Onibaba de Kaneto Shindo retrata um Japo dilacerado por guerra civil entre samurais que foram os homens a alistarem-se nas suas lutas por poder, causando apenas misria e destruio no pas. Os camponeses so deixados sua sorte, esfaimados, rendidos ao desespero e aos seus mais primitivos instintos de sobrevivncia.
Embora inicialmente relutante, a rapariga cede e todas as noites escapa da alada da velha para encontros secretos onde se rende luxria e ao desejo.
A tenso ertica dos amantes influencia a prpria sogra, a braos com a sua frustrao sexual. Rejeitados os seus avanos pelo homem, ela implora para que no lhe roube a jovem mulher, sem a qual seria incapaz de sobreviver e matar samurais. Uma noite, quando se encontra sozinha, um samurai com mscara de demnio perde-se no canavial e obriga-a a mostrar-lhe o caminho para a cidade.
Conduzindo o samurai sua prpria morte, a velha captura a mscara de demnio e v a sua oportunidade para induzir na jovem mulher um medo supersticioso. A atmosfera opressiva dos canaviais, aliada a uma banda-sonora intensa de caos e frenesim, contribui para um crescendo de tenso que atinge o seu clmax no momento em que a velha punida pela sua interferncia.
O filme suspende-se numa ltima imagem das mulheres a saltarem sobre o poo negro, a pairarem sobre a morte do mesmo modo que as suas existncias precrias desafiam constantemente o oblvio e o fim. Pontuado por momentos de eroticismo e planos longos das personagens a saciarem a fome de forma voraz, Onibaba um retrato realista e negro do indivduo reduzido sua condio mais primitiva e onde impera apenas a necessidade do sexo, do alimento, a necessidade de ser predador e nunca presa, de matar para viver, entre os canaviais onde no h lugar para falsos moralismos, e onde existe apenas a vontade desesperante de sobreviver contra todas as expectativas.
Tanto Kwaidan e Onibaba esto disponveis na coleco de DVD da Criterion Classics e so consideradas obrasprimas do cinema japons, de elevada. Deixo esses registros para o caso de haver sobreviventes, ou para que, se algum dia alguma vida inteligente habitar novamente este planeta, e tiver a sorte de encontrar este manuscrito, possam saber como enfrentar a ameaa que destruiu a humanidade.
Nenhum vrus, nenhuma guerra nuclear, nenhum derretimento das calotas, buraco na camada de oznio, efeito estufa, nada. Foi algo bem mais inusitado. Para compreender o que se passa, preciso, primeiro, que se faa um exerccio de abstrao simples e rpido. Voc vai perder pouco tempo, e isto poder salv-lo. Respire fundo, concentre-se e me acompanhe. Imagine-se em casa, sozinho, numa noite de tempestade torrencial.
No qualquer chuva. Um temporal, daqueles em que no se consegue ver nada do lado de fora da janela, a no ser luzes passando lentas e inseguras na avenida, brilhando na pequena cachoeira que se deita sobre as paredes externas da casa, impedindo ainda mais o vislumbre do mundo exterior. Voc est em seu quarto, sentado sobre a escrivaninha que se apoia na parede da janela e ouve um barulho como o das patas de um rato a riscar o assoalho em busca de fendas, vindo de algum lugar na direo oposta.
A curiosidade o faz virar, assustado. No h mais ningum em casa. Naquele lado do quarto h apenas o armrio de roupas. Voc levanta, convencido de que no ir conseguir enxergar nada pela vidraa, e caminha em direo ao leve rudo, algo interessante no ambiente. A porta do armrio est levemente entreaberta e, sem medo do desconhecido, voc termina de abri-la, sendo surpreendido por algo com as faces totalmente plidas em uma cabea quase esfrica, ovalada.
A criatura tem grandes orbes negros no lugar onde deveria haver olhos, sem plpebra, pestana, clios ou sobrancelhas, o que confere a ela poder para v-lo, independentemente do lugar para onde voc corra. Olhos que tudo vem. No importa onde voc esteja, ela o olha.
Uma fenda amarela, tambm ovalada, centraliza o rosto do ser imitando um nariz. Um nariz ovalado, sem narinas, sem entrada para ar. Acima da cabea orelhas pontudas ou imitao de orelhas, algo como cornos que no romperam a pele, como chifres disfarados.
A criatura no possui lbios, nenhuma boca aparente, e o nico sinal de que pode haver algo ali que se assemelhe a um sistema de comunicao so um par de trs peque-.
Foi assim que chegara infiltraram-se em nossa s gatinhos estilizados, co atravs do negcio mais tenimento infantil. Lind pessoas que se deixavam pelas criaturas, efeito do q que ramos imunes, susp de fita. Chegmos a ter c O estudo da sociedade fora bem feito. Tomar o p mo foi uma estratgia m em plena era da toy art, m gumas pessoas teriam me Em pouco tempo est marketing dos invasores recadassem milhes.
La Roupas, jogos, e mais bri seguissem iniciar o dom o, comeando a aparec sas, adesivos, estampas, t se automveis inspirados cego. Enquanto isso aconte reunir. Pessoas que viam presentavam, e tentavam do perigo iminente que a um de ns tentou reunir to hipntica das boneca dades da rede mundial d extinguiram quando veio tendo nossas conversas se multiplicavam at me quantidade cada vez maio animados. A situao exi Temerosos, muitos se gir, se esconder. Tentara um grupo de mais catorz casas dos integrantes solt rios, para no chamar at entre ns.
Parecia que a r tivos era um dom quase. No am entre e usavam uma civi. No sarmaes s plos iam atrarvel para Algumas paraniuelas peer mal a tena as etamos a pregnava arvamos monstros a certeza. Como sabamos que seria impossvel descobrir um meio de aniquilar a praga que crescia exponencialmente em nossa sociedade, comemos a nos preparar para a recluso, a proteo ou a fuga. Armazenmos enlatados com prazos de validade amplos, que substituamos de tempos em tempos para termos alimento na eventualidade de termos que nos esconder.
Nos armmos e aprendemos a atirar, ainda que tivssemos que transgredir algumas leis para conseguir armamento e munio. Fizemos simulaes. Atrasou-se tanto que no teve tempo de revelar-lhe nada. Tanto que talvez nunca tenha chegado. As pessoas agiam dessa maneira. Como a mulher que possua o espelho, mas na verdade era possuda por ele. Como a mulher que no viu que o tempo inteiro o que o espelho refletia era o tempo que ela perdia, a proximidade de seu fim. E o tempo todo ns, da oposio, ramos testados em nossa resistncia, tendo de evitar festas infantis onde a exposio beirava o absurdo com todas aquelas imagens cercando o ambiente - o que me fazia pensar em cultos fantico suicidas -, lojas de convenincia e bazar, e posteriormente.
Se no tivesse resistido, eu talvez no tivesse sangue frio para mat-la pouco tempo depois. Apesar de todo o treinamento, poucos de ns conseguiram chegar a tempo a este abrigo subterrneo onde estou agora, e restam apenas dois sobreviventes e uma arma com munio para apenas dois disparos.
Enquanto escrevo estes fatos, meu ltimo amigo vivo emite sons sufocados pela mordaa, sacudindo o corpo na cama onde o amarrei, balbuciando palavras ininteligveis, clamando pela morte rpida, descrente da possibilidade de tornar a ver a luz do sol. Michele era deslumbrantemente linda, e quando terminou sua histria, que deixou muitas pessoas com vontade de ouvir mais, concluiu dizendo: - Uma histria termina quando tem que terminar. Nem antes, nem depois. Michele devia ser f de Stephen King, Tolkien, Bradbury e todos os outros autores que eu venerava.
E era linda. Em um de nossos encontros, Michele, a outra mulher do grupo, contou-nos uma histria surpreendente. Uma histria sobre trs amigos. No demormos a ouvir os primeiros gritos aterrorizados.
Levmos menos tempo para entender o que estava acontecendo. Havamos previsto aquilo uma centena de vezes, talvez mais. Havamos nos preparado, treinado, prevenido. Dentro do prazo estipulado nos treinamentos, oito de ns estvamos fechados no abrigo que construmos e abastecemos para manter seguros quinze homens por um perodo estimado de sessenta dias. Cada um de ns havia adquirido um revlver. A criatura tem grandes orbes negros no lugar onde deveria haver olhos, sem plpebra, pestana, clios ou sobrancelhas, o que confere a ela poder para v-lo, independente do lugar para onde voc corra.
As crianas, surpresas por seus brinquedos estarem caminhando, tinham o ltimo momento de diverso antes de serem absorvidas pelos lindos gatinhos monstruosidades com quem tinham dividido tantos bons momentos juntos. Os adultos levavam algum tempo at se dar conta do que estava acontecendo. O efeito sugestivo tinha durabilidade variada de pessoa para pessoa.
Aps o impacto de ver-se frente a frente com os assassinos que instantes antes eram inofensivos brinquedos, chaveiros, e mochilas, poucos reagiam. Depois que os pretensos inofensivos ganhavam vida na verdade, lego e nos entristecer pelos que se perderam. Eles j deveriam estar mortos quela hora, e ns estvamos vivos. Vivos e em perigo.
Como se as criaturas soubessem de nosso ardil, alguns dos pequenos os que hibernavam em forma de chaveiros em sua maioria comearam a infiltrar-se em nossa cmara pelo estreito duto de ar. Duas das criaturas chegaram a entrar antes que pudssemos ved-lo. Mateus deu cinco tiros na direo das falsas gatinhas errando todos. O sexto tiro reservou para si.
Foi Jonas quem acertou as mini gatinhas gastando quase toda sua munio para nos dar a certeza de que elas eram vulnerveis. Pelo menos as pequenas, que explodiram deixando uma gosma de cor ocre espalhada pelo cho do abrigo. As balas que atingiam o corpo dos invasores no os afetavam. Em um tiro de sorte, Jonas atingiu a primeira delas no lao de fita. A segunda teve o mesmo fim por deduo. O segredo atirar no lao de fita. Ligmos o televisor que havamos instalado aqui em baixo, no querendo pensar em quanto ar ainda teramos, e vimos o que terminou de enlouquecer o resto de ns.
Uma rede de TV nacional conseguiu, num furo de reportagem, transmitir imagens da barbrie, e foi como soubemos de que modo eles atacavam, antes que o reprter e o cinegrafista fossem mortos.
Eles tm boca. Aquilo no uma boca. Talvez a expresso no-boca fosse mais apropriada. A imagem clara da transmisso de TV o que me mantm acordado e alerta, mesmo depois de Mateus ter encontrado em Sharon uma seguidora. Sharon surpreendeu Jonas tomando-lhe a arma das mos sem encontrar resistncia nenhuma.
Levou o cano da pistola calibre 38 para dentro da boca, puxando o gatilho em ngulo que dirigiria a bala diretamente a seu crebro, acabando com o prprio sofrimento e com a munio da arma do companheiro. O que surge na face das monstruosiva par ace par te l ria dis. Eu seoras pelo tro horas is, deixei visor e os is abertos possveis quele hoa. Quanssumiram deliciarumas das que nos.
Com a arma em punho imaginou-se sozinho naquele ambiente subterrneo, e isso fez com que saltasse de trs de onde quer que estivesse escondido e atingisse o topo da cabea do monstro antes que ele fizesse comigo o que fez com Jonas instantes antes. O primeiro tiro foi certeiro, o segundo um desperdcio impulsivo. Admira-me, ainda, ele no ter descarregado a arma s cegas sem atingir a criatura. Permiti que ele voltasse para a cama a fim de se recompor, se acalmar e descansar, mas tendo em vista os comentrios que ele fez antes de adormecer novamente, fui impulsionado a tomar medidas drsticas.
Tobias sugeriu que talvez, apenas talvez, aquelas criaturas estivessem tentando nos salvar, nos teletransportando para outro lugar no cosmo, um planeta com menos devastaes, mais tecnologia, algum tipo de paraso. Sugeriu que, se a pseudo boca era o equivalente aos stios das esponjas, talvez o sculo por onde sairiam aqueles que foram sugados fosse um lugar melhor.
Sugeriu com isso que estvamos matando Deuses. Amarrei-o cama com uma corda que encontrei no armrio de ferramentas, e o amordacei com uma camisa.
J se passou uma semana depois disso. Tenho tido sonhos estranhos quando consigo dormir. Neles meus sentidos acordam e no sabem quem so. Nada do que ouo me diz algo, e a viso me diz apenas cuidado. Todos os sons so miragens, ecos fantasmagricos de lembranas aprisionadas em meu corpo h mais tempo do que existo.
E s h o cheiro do passado. Coloco meus sonhos repetidos no papel em busca de autoconhecimento. No os divido com Tobias como quando contvamos histrias de terror. Ele vive seu prprio terror. Eu vivo o meu. Nenhuma criatura apareceu no abrigo desde que Tobias explodiu o invasor de mdio porte. Talvez eles sejam capazes de farejar o cheiro da morte dos seus e estejam com.
Anderson Santos professor de Matemtica, poeta e escritor de fico. Seu livro de contos r. Dois amigos, uma arma, duas balas. Seria simples, mas no posso facilitar assim a vida dessas criaturas.
Vou desamarrar Tobias, e conceder a ele o livre arbtrio que lhe tirei. Se ele no quiser subir superfcie comigo, permitirei que ele feche a porta rapidamente depois que eu sair. Duas balas. Aposto que no morro antes de levar dois monstrengos comigo. Eu no sei para quem escrevi este relato. Talvez para mim. Mas se voc estiver lendo isso em algum lugar do futuro, um futuro onde as criaturas j no estejam sobre a Terra, pois o que lhes interessava j havia acabado, tenha cuidado.
Eu acredito que o que elas queriam era nossa fora vital. Se a populao mundial comear a crescer de maneira sem limites como acontecia at semana passada, elas podem farejar essa energia e voltar. Se elas ainda estiverem aqui, lembre-se. Atire no lao de fita. Se elas no estiverem mais na Terra, cuide-se.
Espalhe essa mensagem para evitar uma nova catstrofe. Espero que voc tenha um futuro melhor do que o meu presente. Se eu tiver tido sorte, haver duas criaturas a menos na prxima invaso. E juntamente com os jantares pesados, as visitas de que no se est espera, os talheres e loias mal lavados, a chuva inesperada a meio dos passeios pela quinta e tudo o resto que me arrelia tambm das situaes mais recorrentes na minha vida.
O meu falecido pap costumava dizer de ar enfadado no rosto e copo de conhaque na mo que todas as nossas maleitas tm gosto em se acotovelar nossa porta. Foi em parte por me lembrar disso que o matei com uma machadinha de carne no meio da testa.
O pap sempre odiou roupa manchada e no me lembrei de melhor para lhe sujar o pijama de flanela. Mas como ele sempre teve um esprito de fina ironia, sem dvida que ambos ainda nos riremos bastante desta pequena partida que lhe preguei. Mas no nos apressemos, pois eu, tal como o pap, sempre odiei gente que acha que o tempo tem prazo de validade.
As minhas insnias. Um incmodo, dizia eu. E so raras as noites que me recordo de no as ter. Deitava-me pontualmente, desde criana, s 22h, pois o sono depois das doze vale menos do que bronze, como dizia a mam, para me levantar s sete e dar trabalho retrete, ainda nas palavras sbias da mam, que as aprendera com a sua av, que as aprendera com a sua me, que as aprendera com a sua me, que as aprendera com a sua me, que as aprendera com a sua tia, numa feliz cadeia de saber feminino que remontava pelo menos esposa do tio de Martim Moniz, Mono Martins, de que a famlia da mam se orgulhava de descender em linha quase directa, quase pura e quase isenta de mordomos e moos de estrebaria mais viris do que o apropriado numa casa de respeito.
Salvaguarde-se, porm, que tenho informaes rigorosas de que no tempo de Martim Moniz e seu tio as retretes funcionavam de modo algo diferente dos dias de hoje. E assim, em grande parte das minhas noites permanecia deitado, no meu leito, com o meu pija-. Algumas outras eram com Ricardin A minha irm: ainda n grande afeio. Crescem juntos e creio que nunca tre ns, o que gerava gra nossos pais irmos queri - era a sentena da mam , liberdades, como dormir de mo dada por entre o da nossa estufa ou banha ao largo da nossa proprie fundo o amor que nos uni rodeios o seu rosto oval e de grandes pupilas e ainda negro cado em torno do erudita e espirituosa.
O causava devia-se ao seu re tica, que por vezes se ass um podengo doente que contaminar os outros galg.
Nada resultou. Todas aquelas formas retomo agora a minha narrativa se deixaram examinar sem problemas, permitindo-me fazer vrias observaes sobre estes seres onricos, que depois tive oportunidade de confirmar e desmentir durante algumas pesquisas na biblioteca do pap, que me deixaram maravilhado com a exactido e fantasia da memria humana. Todas as formas, disse eu?
O tio Casimiro mostrou-se um pouco intratvel. Fitou-me carrancudo e sibilou: - Para onde raio ests a olhar? O tio Casimiro fora sempre um pouco comunista, tratando a restante famlia por tu. Continuei a examin-lo sem prestar grande ateno sua rudeza, curioso por perceber os efeitos de um tiro de uma arma antiga disparada de to grande proximidade. No sou nenhuma esttua. O seu incmodo era evidente, pelo que, respeitando a minha boa educao, o passei a mirar de forma mais discreta, mas no menos interessada.
Desta vez no me consegui conter e expliquei-lhe que seria prefervel juntar o pronome pessoal ao verbo principal e no ao verbo auxiliar, para no se assemelhar a um campnio e eu sabia que a possibilidade de confundirem um parente seu com uma figura popular era coisa para dar um achaque mam. Est certo das duas maneiras. Ponderei contra-argumentar que a minha proposta tornava o seu discurso mais claro e intuitivo, mas pareceu-me intil manter uma polmica com um filamento da minha imaginao, e prescindi de lhe responder.
Poderia alongar-me, mas creio que j bvio que a nossa primeira conversa no foi das mais auspiciosas e terminou comigo a tentar ignor-lo e ele a tornar-se cada vez mais agressivo verbalmente, embora, sejamos justos para com quem partilha os nos-. Afirmou que os Moniz que so alvo de morte violenta tm certa propenso para assombrar os locais que habitaram, enchendo-os de melancolia e revolta pela sua triste situao de defuntos. Com o meu tio Casimiro passar-se-ia o mesmo, apesar, ou talvez com a agravante, de a violncia ter nascido do seu prprio punho e no do punho de terceira pessoa.
Devo referir desde j que no aceitei esta explicao de boa mente. A minha atitude eminentemente racional, herdada do pap, levava-me a pr em causa a sua existncia como fantasma e a inclinar-me antes para uma explicao mais material nomeadamente a de que, por algum efeito bizarro, naquelas conversas nocturnas eu estaria de facto a dormir e a ter vvidos sonhos, mas que o meu hbito de insone me fazia crer estar acordado.
Com uma capacidade argumentativa e racional que o seu modo de expresso no fariam suspeitar, o tio Casimiro apontou algumas inconsistncias na minha teoria, observando, por exemplo, que ambos podamos contar em unssono os toques do relgio do tio-av Hermnio ou os latidos dos podengos do pap.
E, para confirmar a realidade da sua existncia, transmitiu-me alguns conhecimentos de que eu no dispunha, como a localizao das jias de famlia da mam ou o esconderijo da coleco de pornografia do pap descoberta com que pretendo confrontar este muito em breve. Tais descobertas abalaram as minhas convices racionais e levaram-me a outras pesquisas. Vasculhando a bem fornecida biblioteca familiar, consultei vrias obras sobre cincia, que se revelaram demasiado materialistas para o meu problema.
Estando a biblioteca desprovida de estudos de psicologia ou psique humana, estudos que, julgo j ter referido, eram alvo de total desprezo por parte do pap e da mam, entretive-me durante algumas noites a folhear alguns tomos que encontrei na parte mais alta das estantes, e que, segundo sabia, teriam vindo do Egipto como esplio do tio lvaro Filipe, que de-.
Numa primeira leitura enfastiou-me o estilo rebuscado e repetitivo dos textos e a abundncia de referncias desconhecidas, mas a minha curiosidade e algumas descries que se aproximavam da minha prpria experincia levaram-me a insistir na leitura. Li-os uns atrs dos outros e a sua lgica estranha mas, de alguma forma, racional, deixou-me bastante perturbado. Tomei conhecimento de esquecidas civilizaes avanadas, entidades inteligentes no-humanas, seres colossais para quem a raa humana no passava de um mero incmodo, entes de loucura surgidos das arestas do tempo e do fundo da inconscincia e que fazem do mundo o lugar vil, cruel e brutal de que o pap e a mam tanto se esforaram por me proteger.
Tive oportunidade de conversar sobre estas questes com o tio Casimiro, que parecia conhecer bastante bem os livros que eu lera e me confirmou grande parte das minhas suspeitas de que no havia esperana possvel para este mundo. Tinha sido essa percepo, na verdade, que o levara a cometer o seu acto suicida, do qual, afirmava, no se arrependia, pois considerava a imortalidade fantasmagrica uma condio de vida muito mais racional e apetecvel do que a existncia fsica sob o constante terror da morte, da perda e do sofrimento.
As suas palavras afectaram-me muito e, aps reflectir um pouco, perguntei-lhe se no seria melhor que eu prprio me suicidasse. O tio Casimiro foi bastante ponderado e disse-me que essa era uma escolha pessoal, na qual ele preferia no intervir. Explicou-me que seria necessrio ter uma morte violenta e dolorosa, embora a recompensa fosse a libertao da dor e de todas as necessidades e perigos corporais.
No entanto, entre outras limitaes, no era possvel sair de casa e sofria-se de alguma solido, que, no seu caso, s se atenuara no convvio comigo. Reflecti sobre estas observaes e observei que na verdade eu j mal saa de casa e, depois de conhecer os horrores sobrenaturais que havia para l dos seus muros, perdera forma um pouco oblqua, a possibilidade de eu morrer. A mam ficou apavorada e quis logo chamar todos os mdicos ao servio da famlia.
Consegui convenc-la de que falava apenas de forma muito remotamente hipottica, mas a experincia demonstrou como a minha morte seria um pesado fardo para os meus pais, que depositavam em mim a esperana de um matrimnio com a menina Leonor, a filha mais velha dos lvares Pereira, unindo assim duas famlias de glorioso passado.
Conversei sobre este problema com o tio Casimiro, que admitiu a dificuldade e sugeriu que a melhor opo seria a de os tentar convencer de que esta seria a minha escolha e aquela que me deixaria mais feliz. Levei a ideia por diante, discutindo com o pap as vantagens da vida alm-morte.
O pap escutou-me em silncio, bebeu um gole de conhaque, como costumava fazer antes de emitir um dos seus ditos espirituosos, e ficou calado. Uma hora depois fui visto pelo doutor Freitas e por mais meia dzia de mdicos que s conhecia vagamente, que me declararam fisicamente bem, mas algo debilitado mentalmente devido s insnias.
Confirmei assim, em definitivo, que a minha famlia no aceitaria de bom grado a minha opo e, em conversa com o tio Casimiro, este tambm considerou que, sem evidncias palpveis, a minha famlia no levaria a bem o meu suicdio. Reflecti profundamente sobre esta questo das evidncias palpveis. Nessa meditao ocorreu-me que, embora a conversa com o tio Casimiro fosse de grande interesse intelectual, iria sentir a falta da ironia do pap, dos cuidados da mam e do afecto da minha irm.
Na verdade, era esta sensao de falta saudade, como diria o grande escritor Teixeira de Pascoais - que me levava a hesitar, at me surgir uma ideia muito simples que resolvia todos os meus problemas. A ideia era to clara, to sensata, to inegvel no seu valor, eficcia e generosidade, que no esperei para conversar sobre ela com o tio Casimiro.
Dirigi-me de imediato. Montes e montes de tartarugas. Eram daquelas que se compravam na loja dos trezentos,. No na iluso de que eu sou um meio da bacia havia uma escritor de fico cientfica palmeira falsa de plstico. A prilo. Tinha-o em cima da meira histria que vendi mesa que me servia de sepode ter sido fico cientcretria, e o seu ptio tinha fica, mas a segunda foi uma espao mesmo justa para histria de fantasmas, e duas bacias para tartarugas deixem l aqueles malditos hovercamies a andar dum A Guerra dos Tronos o primeiro volume postas lado a lado.
Pordaquela que considerada pela crtica tanto era a que as minhas lado para o outro. Mes- castelo, deviam ser reis, cavaleiros e prncimo antes de Jarn de Marte e do seu bando pes. Eu tambm tinha o Forte Apache da de piratas espaciais aliengenas, eu tinha o Marx, mas tartarugas cowboy seria simhbito de preencher as minhas horas de plesmente errado.
Tronos1, e que parecem convencidos de que nunca escrevi nada a no ser fantasia pica. A tartaruga que sucedeu ao Grandalho no trono era bem intencionada mas incapaz e depressa morreu tambm, mas mesmo na altura em que as coisas pareciam mais desesperadas, Brincalho e Animado juraram amizade eterna e deram incio a uma tvola redonda de tartarugas. Animado I veio a ser o maior dos reis tartaruga, mas quando envelheceu O Castelo das Tartarugas no tinha princpio nem fim, mas teve montes de meio.
S partes da histria chegaram a ser escritas, mas eu representava na cabea todos os melhores fragmentos, os. No posso dizer que sempre tenha sido um leitor de fantasia, porm, pela simples razo de que no havia muita fantasia para ser lida nos anos 50 e Os mostrurios giratrios da minha infncia eram dominados por fico cientfica, policiais, westerns, e romances gticos e histricos; podiam ser examinados de cima a baixo e no se encon-. Portanto a tm. Eu sempre fui escritor de fantasia.
Em jovem, Martin foi u vido leitor e colecciona desenhada. Novembro revista Quar contm uma que ele escr assinada co Martin. Ele d ateno que esta carta, b interesse qu fanzines, co lhe despert tornar-se es Martin es curta no pri de 70 e gan Prmios Hu antes de co romances ai dcada.
O autor de As Crnicas de Gelo e Fogo divaga sobre as suas influncias, e os tempos distantes em que a fi e a fantasia tinham os papis trocados. O crtico ner escreveu que diga que Martin ilha do gosto de eare pela tragdia tido. No entanto, ancolia pode r um obstculo uns leitores. O choatus escreveu: ausncia de os perturbar, ou ram alguma coisa mativa, ento mente devero noutro stio.
A Publisher isse sobre a asia pica As de Gelo e Fogo: exidade de ens como Daenerys a ou o Regicida o os leitores a virar pginas deste vasto pois o autor, como u Jordan, consegue s preocupar com estinos.
Mas a dado um golpe pouco realista, e s ferimentos e a at a falsa morte contecer a qualquer em, por mais ligado tor se sinta a ela. Sprague de Camp e publicada Conan da Cimria. E bem sa- Sorcery no me ps a comprar fanborosa foi. Havia foi s porque era difcil encontrar uma histria de Jirel de Joiry por C. Heinlein, tes reinos se espaAndre Norton e lhavam pelo mundo Eric Frank Russell, como mantos azuis trs dos preferidos A fantasia herica de Fritz Leiber, persob as estrelas versa e deliciosamente original, tambm da minha juvenNemdia, Ofir, Bri- tem um volume na Coleco Bang!
Poul Anderson escreveu The com a sua cavalaria, a Ctia que Broken Sword5 e Three Hearts and fazia fronteira com as terras pasto- Three Lions entre as suas histrias rais de Shem, a Estgia com as suas de Nicholas van Rijn e Dominic sepulturas guardadas por sombras, Flandry6. As Aranhas e ao, seda e ouro. Mas o mais or- Serpentes de Fritz Leiber travaram gulhoso dos reinos do mundo era a sua Guerra no Tempo7 ao mesa Aquilnia, reinando supremo no 4 - Martin, aqui, comete um erro.
De facto, a oeste sonhador. Em , a Ace Books iria aproveitar-se de uma lacuna nas leis do direito de autor para lanar uma reedio no autorizada, em capa mole, dO Senhor dos Anis de J.
Acabaram por vender centenas de milhares de exemplares antes que Tolkien e a Balantine Books, pressa, conseguissem responder com uma edio autorizada. Em , a Lancer Books, talvez inspirada pelo sucesso que a Ace e a Ballantine estavam a ter com Tolkien, comearia a reeditar todas as histrias de Conan numa srie de livros de bolso com capas de Frank Frazetta.
Ao chegar , Lin Carter um escritor horrvel mas um bom editor lanaria. A fico cientfica era muito mais popular, muito mais comercial. As revistas de FC s queriam FC e no publicavam fantasia, por melhor que ela fosse. De tempos a tempos eram lanadas revistas de fantasia, mas poucas duravam.
A Astounding durou anos e dcadas at acabar por se transformar na Analog, mas a Unknown no sobreviveu escassez de papel da Segunda Guerra Mundial. Os editores da Galaxy e da If tentaram editar a Worlds of Fantasy, e rapidamente a mataram. A Fantastic resistiu durante dcadas, mas o cavalo mais estimado desse estbulo era a Amazing. Aconteceu que enormes mudanas se encontravam mesmo ao virar da esquina. O fandom inicial da BD nasceu do seio do fandom da fico cientfica, mas aps alguns anos transformara-se de tal forma num mundo prprio que a maior parte dos novos fs nem sequer tinha conscincia da existncia do fandom-pai, mais antigo.
Ao mesmo tempo, todos esses rapazes do liceu estavam a crescer, e os seus interesses diversificavam-se para incluir outras coisas alm das BDs de super-heris. Coisas como msica, carros, raparigas e livros sem bonecos. Inevitavelmente, o mbito dos seus fanzines comeou tambm a diversificar-se. A roda foi devidamente reinventada, e no faltou muito at que fanzines especializados comeassem a aparecer, dedicados no s aos superheris, mas tambm a agentes secretos, ou a detectives privados, ou aos velhos pulps, ou s histrias de Barsoom de Edgar Rice Burroughs ou a fantasia herica.
Cortana era como se chamava o fanzine de espada e feitiaria. Editado numa base trimestral hah por Clint Bigglestone, que mais tarde seria um dos fundadores da Society for the Creative Anachronism, surgiu na zona de So Francisco em Impresso no tradicional prpura desbotado dos mimegrafos, o aspeto do Cortana no era nada de especial, mas era muito divertido de ler, cheio de artigos e notas noticiosas sobre Conan e os seus competidores, e fantasias hericas originais de alguns dos principais escritores do fandom de BD dos anos Paul Moslander e Victor Baron que eram a mesma pessoa , o meu correspondente Howard Waldrop.
Cortana eram as que dominavam. Chamei-lhe Kor-Yuban e, s so de Mordor caf. Os meus h bitual par de ave tantes, o melanc lado Rhllor de R berante e fanfar Argilac, o Arroga of Kor-Yuban ga histria que j umas cinco mil um trgico final e comido pelos de ttulo.
Tinha and peare no Marist estudar a tragdi Argilac o defeito gncia, que caus Rhllor escapava tria e para lu perava eu. Quan pronta, enviei-a co, onde Clint tamente a aceito no Cortana. O Cortana n nenhum nmero. No meu ano ceu eu j sabia qumico, juro. M preguioso para com isso. Dar Yuban transfor minhas histrias a ltima. Na fac a papel qumico trias que escrev dar a sua tenda. S restavam algumas centenas de pginas, e depois de acabarem nunca poderia voltar a ler O Senhor dos Anis pela primeira vez.
Por mais que desejasse saber como tudo ficaria, ltimo livro de Martin a chegar s no queria que a experinrias portuguesas foi Sonho Febril, cia terminasse. E mente intimidado por Tolkien. Quando s peludos lia Robert E. Howard, pensava: Um dia er fugido talvez consiga escrever to bem como ele. Quanonan teria do lia Lin Carter ou John Jakes, pensava: pelo meio J sou capaz de escrever coisas melhores do que ro-me de estas. Mas quando li Tolkien, desesperei.
Nunca serei capaz sequer de me aproximar. No se pode ter o atreviantes nas mento de pisar os calcanhares do mestre. Rhllor durante o meu ano de caloiro na Tempo, Northwestern University, quando ainda Galad foi me iludia pensando que o Cortana estaee, Dele va s atrasado, no morto, e que Dark. Um ar- Gods of Kor-Yuban devia estar mesmo m arrepio quase, quase a sair. Na sequela, o meu evocado. Tinha vinte e , dou por trs pginas escritas quando um dia uns lta fanta- amigos descobriram a histria em cima Os livros da minha secretria e se divertiram tanto mplexos, a ler a prosa pretensiosa em voz alta que as depois fiquei demasiado desgostoso para contiomeo a nuar.
Ainda tenho as pginas e, sim, so ndo sair um bocadinho presunosas. Vertex, Cosmos, Odyssey, Galileo, Asimovs. No havia novas revistas de fantasia. No havia antologias de originais dedicadas fantasia. As revistas para homens tambm estavam em expanso, depois de acabarem de descobrir que as mulheres tinham plos pbicos; muitas queriam histrias de FC para preencher as pginas entre as imagens.
Tambm compravam horror, mas nem a alta fantasia nem a fantasia herica eram aceites. A coleco principal de fantasia era a Ballantine Adult Fantasy Series, que se dedicava em grande medida a reedies.
A Lancer tinha os seus ttulos de Robert E. Howard mas a Lancer era peixe de fundo, uma editora de pouco prestgio que pagava pouco, da qual a maior parte dos escritores fugia assim que conseguiam vender noutros mercados. A Conveno Mundial de Fantasia ainda no existia, e a Conveno Mundial de Fico Cientfica raramente nomeava fantasias para prmios Hugo, tal como a Science Fiction Writers of America que ainda no acrescentara and Fantasy ao nome pouco as nomeava para os Nbula.
Em suma, no se podia fazer carreira como escritor de fantasia. Nessa altura no. Ainda no. Moore e os outros. Era algo que no existia nela, a no ser que as suas lgrimas fossem gotculas de vidro frias e afiadas, temperadas pelo calor infernal que a tinha inutilizado.
Lgrimas assim, escorreriam pela sua pele, por cima de sensores derretidos, para retinirem, sem serem sentidas, na areia. E, se isso acontecesse, ela haveria de recolh-las, juntamente com todas as outras bugigangas gastas, e haveria de acrescent-las ao tesouro de jias sem valor que levava penduradas nas redes de reforo da sua carapaa maltratada. T-la-iam considerado um salvado, se restasse algum para a salvar. Mas ela era a ltima das mquinas de guerra, uma lgrima achatada de trs pernas, do tamanho de um tanque de guerra principal, com dois grandes grampos e um manipulador fino dobrado como um palpo de aranha sob a cabea pontiaguda que a encimava, a sua armadura policermica com um padro em teia de aranha, como vidro.
Cha arra ara do arra Co um fez na pint arm C gou de mai trab E e pe jov nau gest ra a. Era uma do par traseiro e dava menos problemas quando a areia estava compacta. Funcionava bem como piv e, desde que ela no fosse para as rochas, podia arrast-lo sem obstculos. Enquanto avanava com esforo ao longo da linha de mar-alta, apercebeu-se de que algum a observava.
No levantou a cabea. The Last Threshold by R. Salvatore Favorite Author. I felt that Drizzt was too whiny, comparing everything and everyone to someone he knew in the past. Perhaps that is a problem with a very long lived tribe, but Drizzt is supposedly only two centuries old, much too young in his race's reckoning to be so maudlin. I didn't like Dahlia, and felt that she lived for self flagellation. Her relationship with her son was weird as well, although I perfectly understood that she would want to commit a sort of post-delivery abortion to the child of her rapist, the feelings and emotions behind the story of Dahlia were not well done.
They felt distanced as if experienced from afar. I felt that Dahlia and Drizzt never really Her relationship may have had motives, and she may have loved him but it felt more like she wanted to own him, and it was pitiful.
Effron I pitied, although he was bad, but so ineffective although supposedly powerful. If the story had been focused more on him, it would probably have worked much better, but there were too many other side stories. The closing of the tale felt rushed, as if all the words were running out and needed to stop. There should have been less time spent on the broken relationship between Drizzt and Dahlia, and more spent on the closing. Overall, not one I will reread or recommend.
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